Em 4 de agosto de 1914, o Brasil declarou-se neutro diante do cenário de guerra. Nessa época o país vivia uma situação social e econômica super fragilizada, pois sua economia era, basicamente, fundamentada na exportação de café.
A posição brasileira diante da guerra começou a obter os primeiros motivos para mudar quando em 1917 a sua relação com a Alemanha foi abalada. A Alemanha havia autorizado seus submarinos à afundarem qualquer navio que entrasse nas zonas de bloqueio e o Brasil precisava passar por essas áreas a fim de exportar o café. Para complicar ainda mais a situação econômica brasileira, a Inglaterra proibiu a exportação de café por motivo de segurança, devido ao elevado números de navios abatidos em alto mar.
Em 5 de abril de 1917 o navio da marinha mercante brasileira, o Paraná - com capacidade para 4.466 toneladas - estava navegando com carregamento de café e de acordo com os requisitos exigidos para a transição de navios de países neutros. Nesse momento, o mesmo fora atacado por um submarino alemão na França, ocasião em que três brasileiros foram mortos.
Com o ocorrido, houve grande comoção popular, que a princípio era pacífica, mas depois tomou corpo, perdeu o controle e se transformou em sucessivos atos violentos pelas ruas das principais capitais brasileiras. Muitas pessoas, principalmente no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, decidiram destruir tudo o que encontravam sobre alemães, incluindo empresas, jornais e casas de descendentes. Chegaram à queimar escritórios de jornais alemães no país, bem como a destruir inúmeros comércios, dentre eles o bar Brahma em Petrópolis.
Em 11 de abril de 1917 o Brasil rompeu as relações diplomáticas com o bloco germânico. Pouco mais de um mês depois, o navio brasileiro Tijuca foi torpedado por um submarino alemão nas proximidades da França. Após o ocorrido, o governo brasileiro confiscou 42 navios alemães que se encontravam nos portos brasileiros. Posteriormente ao término da guerra, esses mesmos navios passaram a pertencer a frota brasileira como uma indenização de guerra.
Devido a pressão popular, em outubro do mesmo ano, o Brasil declarou guerra a Alemanha, deixando o posto de país neutro. Dada essa ocasião, novas manifestações eclodiram no país, dessa vez, com a participação de sindicatos, comunistas, anarquistas e supostos pacifistas que se declaravam contra a guerra e o governo, pois, segundo eles, o governo só queria desviar a atenção dos problemas internos para a guerra.
O Brasil recebeu apoio dos países aliados: império francês, britânico e russo. O Brasil enviou diversos cirurgiões brasileiros para ajudar os hospitais de campanha na Europa. Vários oficiais e sargentos do país ampliaram as forças do exército francês. O exército brasileiro e a marinha também se juntaram em terras internacionais para lutar contra a Alemanha.
Os conflitos se encerraram em novembro de 1918, após o fim do Plano Calógeras e assinatura do armistício, que deu direito ao Brasil de integrar a Conferência de Paz de Paris, que posteriomente daria origem ao Tratado de Versalles. A participação brasileira na guerra foi, principalmente, o envio de militares para operações terrestres e maritimas. Um terço dos oficiais enviados foram promovidos por atos de bravura em ação. Destaque especial para o tenente brasileiro José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, que ao longo de sua vida foi um importante nome para a reforma do exército.
O Brasil recebeu com juros o valor dos carregamentos de café afundados após ataque do alemães, além de obter mais 70 navios (maioria pertencia a Alemanha). O país obteve indenização pelas sacas de café apreendidas pelos alemães durante a guerra.
Durante a guerra e após o Brasil se declarar contra a Alemanha, cinco navios brasileiros foram torpedados por submarinos alemães. Em dos ataques, o comandante brasileiro foi feito refém pelos alemães.
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Sobre o Autor da Matéria
Syl é jornalista, pianista, apaixonada por carros e artes (em especial a primeira e a sétima) e muitas outras coisas. Nas horas vagas compartilha conhecimento no fantástico mundo da bloguesfera. Siga @SylOficial
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Essa nem eu sabia e sou descendente de alemães, vindos de lá no final do século XIX, início do XX. Também dessa vez as agressões gratuitas provocaram a declaração de guerra. O que é notável é a reação popular no momento dos ataques aos navios e depois no momento da declaração de guerra. Situações totalmente opostas, provocando reações semelhantes.
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