Para
compreendermos a importância da Marinha do Brasil, se torna necessário que
façamos uma breve viagem ao tempo, a fim de sabermos quando esta foi criada e
para que foi criada. A história é realmente muito interessante, principalmente
por ter se tornado a maior marinha de toda a América Latina e uma das dez
maiores de todo o mundo.
Pode-se dizer
que a Marinha do Brasil evoluiu junto com o país no período colonial. A
princípio seu nome não era Marinha do Brasil, mas sim Armada do Brasil. Sua origem se dá quando houve a transferência do
Reino de Portugal para o Brasil, em 1808. Naquela época, foi transferida também
a estrutura da Marinha Portuguesa,
tornando-se está a precursora da marinha nacional.
A Armada
Nacional surgiu com a Independência do país. A princípio era formada quase que
em sua totalidade de embarcações, doutrinas e organizações originárias da
transmigração da Família Real de
Portugal em 1808. Fato interessante, é que nessa época os membros da
marinha eram em sua minoria os brasileiros natos, sendo que estes eram quase
sempre proibidos de servir. Os demais membros eram portugueses que apoiaram a
separação do Brasil do Reino Unido de Portugal e estrangeiros de diversos
países (todos previamente contratados como mercenários).
Cumprindo-se
a influência portuguesa, a marinha nacional ou Armada do Brasil, herdou
diversas repartições da marinha portuguesa, como o Conselho Supremo Militar, o
Quartel-General, Secretaria da Marinha, Arsenal da Marinha e muitos outros. O primeiro Ministro da Marinha foi nomeado em 1822, sendo ele o brasileiro
e capitão de mar e guerra, Luís da Cunha Moreira, também conhecido como Visconde de Cabo Frio.
O Brasil
lutou bravamente para manter o território que você conhece hoje. Na época,
faltavam militares experientes que tivesse nascido no país, de forma que boa
parte destes eram portugueses. A Armada do Brasil temia consequências negativas
se colocasse soldados portugueses lutando contra o exército português para
defender o Brasil em sua independência. Sendo assim, foi enviado navios
tripulados por mercenários, onde a maioria deles eram indígenas e escravos.
Embora não possuísse a incrível estrutura existente hoje, o Brasil sagrou-se
vencedor, defendendo seus territórios e espantando os portugueses. Dos navios da Marinha Portuguesa, a maior
parte deles foram afundados ou
apreendidos, tornando-se parte da esquadra
brasileira. Menos de vinte tripulados conseguiram retornar à Portugal após
ver que não havia como lutar contra o Brasil.
Essa ação
evitou que o país se esfacelasse em várias repúblicas, como aconteceu com a
América espanhola. Embora tenha sido uma batalha que durou significativo tempo,
se não fosse a mesma, teríamos diversos países originados de estados
brasileiros dominados por portugueses, ou de outras nações, uma vez que o país
foi invadido pela França e Holanda.
Em 1840,
quando Dom Pedro II foi declarado maior de idade e assumiu seu cargo como
imperador do Brasil, a Armada detinha noventa navios de guerra. Hoje detém mais
de cento e quarenta e em conjunto com as forças armadas, possui o total
aproximado de cerca mil aviões de guerra e navios militares.
A Marinha
chegou a deter navios alemães na 1ª guerra mundial, os convertendo em itens da
marinha do Brasil, bem como teve participação na guerra da Cisplatina. Vale
salientar que ao contrário do muitos dizem, o Brasil não perdeu a guerra da
Cisplatina, uma vez que as Nações Unidas juntamente com a França se “intrometeram
sutilmente” nas batalhas exigindo um fim da guerra, do qual foi decidido, compulsoriamente,
que a Cisplatina não pertenceria ao Brasil, tão pouco a Argentina, sendo criada
uma nova república independente dos dois países: a República Nacional do Uruguai. O efetivo atual das Forças Armadas do Brasil é
de quase trezentos mil soldados, um dos maiores de todo o mundo.
A Aviação Naval Brasileira (ANB) é
componente aéreo da Marinha e também é conhecida como Força Aeronaval. Integra a
Marinha do Brasil o Corpo de Fuzileiros
Navais (CFN), que consiste em uma unidade
de elite da Marinha e que representa o maior efetivo de fuzileiros de toda
a América Latina, com cerca de quinze mil homens. Passam por treinamentos que
exigem força e concentração e possuem como missão garantir a proteção do poder
naval na terra, por meio de desembarques realizados em conjunto com navios e
efetivos da Marinha.
Também fazem
parte da Marinha, o Grupamento de
Mergulhadores de Combate (GRUMEC), que se trata de um grupo de forças
especiais da Marinha brasileira, treinados para cumprir missões de natureza
nada convencional, como a de se infiltrar sem ser percebido em áreas
ribeirinhas ou litorâneas e executar tarefas como a sabotagem, reconhecimento e
destruição de alvos de valor estratégico, principalmente a retomada de navios e
plataformas de petróleo na costa brasileira. Essa força é subordinada à Força de Submarinos, que também
pertencente à Marinha. A equipe de soldados é transportada por submarinos até
as proximidades do alvo, do qual saem nadando ou embarcados em caiaques e
barcos infláveis que são lançados pelo submarino sob a água. Excepcionalmente o
grupo também pode alcançar o alvo saltando de paraquedas ou fazendo o desembarque
através de helicópteros, todos das forças armadas. Os dois grupos tem função semelhante
à dos famosos SEALS, dos Estados Unidos.
A Marinha do
Brasil tem um contrato com uma empresa francesa (Direction Technique des Construtions) para realizar a construção de
cinco submarinos, sendo um deles de propulsão nuclear. O que muita gente não
sabe é que o país possui tecnologia de
ponta para a construção de submarinos convencionais e centrifugas nucleares.
A parceria com a empresa francesa foi necessária porque o Brasil ainda não
tinha expertise para a construção do casco de um submarino nucelar. A partir da
finalização da parceria, o país terá autonomia suficiente para desenvolver os próximos
submarinos sem depender de aliados. A primeira unidade nuclear construída no
país nessa parceria será entregue no próximo ano. Quase 80% dos navios e
aeronaves das Forças Armadas são produzidas no Brasil.
A missão
principal da Marinha é garantir a defesa da pátria em conjunto com as Forças Armadas.
Também colabora com o desenvolvimento nacional e a defesa civil de acordo com
determinações do Presidente da República. Em 1999 foi extinto o Ministério da
Marinha e a Força passou a ser coordenada pelo Comando da Marinha que é subordinado ao Ministério da Defesa. A
Marinha também executa o trabalho de guarda costeira, provendo a segurança da
navegação aquaviária, formulando as políticas nacionais sobre o transporte
através do mar e fiscalizando o cumprimento de leis e regulamentos marítimos.
Marinha do
Brasil também é conhecida pela sigla MB e é a responsável pela condução de
todas as operações navais do país.
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Sobre a Autora do Artigo
Syl é jornalista, pianista, apaixonada por carros e artes (em especial a primeira e a sétima) e muitas outras coisas. Nas horas vagas compartilha conhecimento no fantástico mundo da bloguesfera.
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Ótimo resumo da história da Marinha brasileira. Quando não estão envolvidos em golpes de estado, eles são mesmo muito bons rsrs.
ResponderExcluirGrande abraço,
Almir Albuquerque
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