A Corrida Internacional de São Silvestre
é uma das maiores corridas de rua de
todo o mundo, contando com transmissão ao vivo para diversos países. A
mesma se realiza anualmente no último dia do ano, mas sua história não se
resume à esses poucos fatos. Para conhecermos um pouco mais sobre a maratona é
necessário voltarmos para 1925, ano em que a corrida foi criada.
Tudo começou
com uma viagem feita por Cásper Libero,
o jornalista e advogado paulista mais famoso do país. Ficou maravilhado com uma
corrida que ocorria no período noturno em Paris, onde os corredores carregavam
tochas durante todo o percurso. Sendo um dos jornalistas mais entusiastas do
esporte na época, decidiu promover algo semelhante no Brasil, criando uma
corrida noturna no último dia do ano. Não sabia que nome colocar na maratona e
como naquele dia alguns católicos comemoravam o dia de São Silvestre, decidiu
batizá-la com esse nome, tornando sua identificação mais fácil de ser
popularizada.
A primeira
edição teve apenas 60 inscritos, mas só 48 disputaram a corrida. Na época, a regra
era que todos os corredores cruzassem a linha de chegada em até três minutos
após a chegada do vencedor para conseguir se classificar, logo, dos 48, só 37
se classificaram. Nas primeiras edições da corrida, só eram aceitos
brasileiros. O primeiro vencedor foi o
jogador de futebol, Alfredo Gomes, que percorreu 8,8km em 33:21.
Posteriormente
foi permitida a participação de estrangeiros erradicados no Brasil. Como o país
ainda não tinha experiência nesse tipo de maratona, a organização proibia o
consumo de qualquer liquido durante a prova. Além disso, não havia um uniforme
ou padrão de vestimentas, onde os corredores usavam seus próprios calçados e
roupas para a corrida. Esses dois fatores faziam com que a maioria dos
corredores não tivessem forças para terminar a corrida.
A Corrida Internacional
de São Silvestre é o único evento esportivo no mundo que não teve pausa por
conta da segunda guerra mundial. No ano da Revolução Constitucionalista de
1932, a maratona também ocorreu normalmente.
A partir de
1945 foi permitido a participação de estrangeiros, apenas provenientes de
países da América Latina. Dois anos depois,
outras nacionalidades foram autorizadas a disputar a maratona, como
representantes dos Estados Unidos, países africanos, França, Portugal, entre
outros países da Europa. Até 1975, apenas homens eram autorizados a se
inscrever e participar do evento. As mulheres foram incluídas na competição
após a ONU declarar que 1975 seria o ano internacional da mulher e com isso o
Brasil quis fazer a sua “colaboração” permitindo mulheres na disputa. Mas a primeira mulher a vencer a São Silvestre
não foi uma brasileira, foi a alemã Christa Vahlensieck, vencendo duas
edições consecutivas. As brasileiras não demonstraram muito talento e preparo
para esse esporte por vinte anos, quando em 1995 Carmem de Oliveira conferiu a primeira taça na categoria feminina
para o Brasil.
Ao longo dos
anos, os atletas que mais venceram a maratona fora, Gaston Roelants, Rolando Vera, Tergat e Rosa Mora. Até 1988 a corrida era realizada a noite, por volta das
22:30 com encerramento por volta das 00:00. Foi em 1989 que o evento sofreu diversas
modificações feitas pelo IAAF – Federação Internacional de Atletismo. O horário
passou a ser mulheres as 15h e homens as 17 e o percurso foi fixado como 15 km.
A princípio a corrida tinha a chegada marcada para ocorrer na Avenida Paulista,
nos últimos quatro anos sua largada é a Paulista, mas a linha de chegada é no Parque
do Ibirapuera, que fica a alguns quarteirões da avenida.
Em 2011, a
maratona foi marcada por uma tragédia: o atleta paraolímpico Israel
Cruz de Barros, perdeu o controle na descida da Rua Major Natanael e chocou-se com um muro em volta do
Estádio do Pacaembu. Eles sofreu uma lesão grave, foi levado para o hospital,
mas não resistiu.
Atualmente, a
maior parte dos estrangeiros que participam provêm de países africanos,
certamente atraídos pelos prêmios:
1º Lugar R$60 mil
2º Lugar R$35 mil
3º Lugar R$20 mil
Desde sua
primeira edição, o Brasil conta com 29 título masculinos e 5 femininos, seguido
do Quênia com 14 maratonas masculinas e 11 femininas e Portugal, com 4
vencedores na categoria masculina e 7 na feminina. A disputa chegou ao número
recorde de 25 mil inscritos. Em 2014 não podia ser diferente. No ano em que o
país recebe número recorde de imigrantes africanos, sobretudo no estado de São
Paulo, atletas da Etiópia chegaram com um grupo vasto de competidores. Como em
todas as edições, nem todos os competidores querem lutar pelos prêmios, muitos
querem apenas se divertir, marcar presenças e até mesmo ter alguns segundos de
fama com fantasias bizarras e “dancinhas” dignas de programas de humor.
_____________________________________________________________________________ Sobre o Autora da Matéria
Syl é jornalista, pianista, apaixonada por carros e artes (em especial a primeira e a sétima) e muitas outras coisas. Nas horas vagas compartilha conhecimento no fantástico mundo da bloguesfera.
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