Você Sabe o Que Foi a Revolta Mineira?

Logo no início do Governo Constitucionalista, Getulio Vargas havia aprovado uma nova constituição para o país, obtendo aceitação da elite paulista, que era o estado mais importante da época. Dentre outras coisas, essa constituição ajudava a classe trabalhadora e ao mesmo tempo agradava a elite. Os direitos trabalhistas e o direito de mulheres votarem estava presente nos artigos da nova constituição. Mas ainda assim, os mineiros não estavam satisfeitos, pois o estado de Minas Gerais se encontrava em crise e nada no conteúdo da nova constituição era feito para mudar essa realidade. Desde o fim da Oligarquia Café-com-Leite, houve revolta por parte do povo de Minas Gerais, tanto da elite quanto da classe trabalhadora que devido a crise estavam sem trabalho nas cidades e fazendas.

Em 1935 iniciou-se a revolta mineira com o apoio dos Estados do Acre, Amapá e Roraima, que buscavam a independência do país do domínio de Vargas. Contavam apenas com 300 soldados, mas conseguiram deter a guarda naiconal por quase um ano e ainda conseguiram declarar uma nova constituição, que passou a ser conhecida como a Constituição Mineira. Mas ao contrário das constituições anteriores que estavam sempre progredindo, esta se tratava de um retrocesso, pois retirava o direito das mulheres votarem e voltava com o método de produção através da mão de obra escrava. Esses fatores agradaram ao Amapá e a Roraima, mas desagradaram o Acre, que se retirou da Aliança e se uniu ao governo para deter os "revoltados" de Minas e integrar o estado novamente ao Brasil.

Um ano depois, a revolta acabou e Vargas continuou seu governo, mas como tanto o governo quanto o alto comando das Forças Armadas sempre se mostraram-se contra o comunismo, usaram desse pretexto para seu maior sucesso político: o golpe de 1937, que resultou na dissolução da Assembleia Legislativa e em amplos poderes políticos para Vargas que se elegeu pela terceira vez seguida para cumprir a terceira fase da Era Vargas: o Estado Novo.

Sobre o Autor

Syl é jornalista, pianista, apaixonada por carros e artes (em especial a primeira e a sétima) e muitas outras coisas. Nas horas vagas compartilha conhecimento no fantástico mundo da bloguesfera.  Siga @SylOficial