A imigração europeia no Brasil começou com os portugueses em 1530, época em que vinham para o país para dar início ao plantio de cana-de-açúcar. Entrar no país era muito fácil, afinal, se tratava do período colonial em que as terras brasileiras eram dominadas por Portugal. A imigração portuguesa é a mais expressiva no país, pois no período colonial só se encontrava no país portugueses, índios, filhos de portugueses que nasceram no Brasil e escravos.
Os imigrantes compravam terras e começavam a plantar para sobreviver e desse mesmo plantio, vendiam os alimentos em pequenas quantidades. Os imigrantes que possuiam profissão abriam negócios por aqui, como sapatarias, casas de produtos artesanais, marcenarias, alfaiatarias, entre outros.
Mas foi em 1818 que a imigração europeia se expandiu e se intesificou, quando o país passou a ser governado por Don João VI. O país era atrativo e com notável desenvolvimento das plantações de café, o que chamou a atenção dos suiços, que chegaram no Brasil em 1819 e se instalaram no Rio de Janeiro ( inicialmente em Nova Friburgo e posteriormente para outras localidadess do estado carioca). Cinco anos mais tarde, em 1824, grande número de alemães vieram para o país e se instalaram no Rio Grande do Sul, depois se expandiram também para Santa Catarina. As cidades com presença quase predominante de alemães na época (e hoje de alemães e a grande maioria de descendentes desses imigrantes) são São Leopoldo e Novo Hamburgo no Rio Grande do Sul e Blumenau, Joinville e Brusque em Santa Catarina. Outras cidades também haviam imigrantes alemães, mas em pequena quantidade. Ucrânianos e Poloneses também imigraram para nossas terras, escolhendo o estado do Paraná como seu novo lar. Imigrantes árabes e turcos se instalaram no norte do país, mais precisamente na Amazônia. Das cidades de Calábria, Veneza, Lombardia e Gênova na Itália, vieram milhares de imigrantes que se instalaram em São Paulo, tanto na capital quanto no interior do estado. Os japoneses vieram em número tão elevado que hoje existe um bairro paulista só para eles, se trata do bairro da Liberdade. No ano de 1908 o navio Kasato Maru trouxe para o Brasil 165 famílias japonesas que vieram com o objetivo de trabalhar nas fazendas de café. O Brasil era visto no exterior como um país em ascensão e com ótimas oportunidades de crescimento no ramo cafeeiro, policultura, atividade madeireira, vinicultura, atividades artesanais, produção de borracha e atividade rural diversa.
Com a abolição da escravidão, os fazendeiros e cafeicultores não queriam contratar os ex escravos e davam preferência a imigrantes, dessa forma, o governo brasileiro incentivou a entrada de imigrantes no país para preencher essa necessidade de mão de obra qualificada. O resultado dessa facilitação do governo, rendeu a entrada de milhares de alemães e italianos no país para trabalhar em fazendas de café no interior de São Paulo e também em inúmeras indústrias e fazendas dos estados do sul.
Atualmente podemos notar uma vasta imigração de coreanos no país, que também chegam com o objetivo de aproveitarem a economia estável para crescer profissionalmente ou simplesmente conseguir algum dinheiro. Há menos de cem anos era a produção rural que chamava a atenção dos estrangeiros, hoje são outras áreas. Os coreanos, por exemplo, são destaque absoluto no comércio de calçados, vestuário, alimentos, produtos automotivos e principalmente artigos eletrônicos.
O que mais seduziu os estrangeiros a virem para o país foram os seguintes fatores:
- O Brasil era visto na Europa e na Ásia como um país de muitas oportunidades. As pessoas que passavam por alguma dificuldade econômica viam no país uma ótima chance de prosperarem e se reerguerem.
- O fim da escravidão também atraiu os europeus, tanto pela evidente necessidade de mão de obra como pela facilitação do governo devido os cafeicultores se recusarem a contratar seus ex escravos.
- No século passado ocorreram duas grandes e terríveis guerras e isso também fez com que muitos europeus viessem para o Brasil em fuga.
Recentemente, mais precisamente no período de 2008 e 2009, o Brasil conseguiu pela primeira vez figurar como o principal destino procurado por europeus imigrantes. Essa conclusão se deu após um minucioso estudo realizado pela Organização Internacional das Migrações (OIM). Esse aumento se deu ao crescimento econômico do país. Entretanto, ao contrário dos imigrantes do século passado, esses possuíam uma característica quase predominante: a maior parte dos cem mil europeus instalados no Brasil no período do estudo são homens portugueses ou espanhóis, solteiros e com curso superior completo, ou que vieram para concluir o nível superior em universidades públicas daqui. Muitos são profissionais da área de engenharia civil e arquitetura que já vieram visando uma oportunidade para os preparativos da Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos de 2016.
Uma agência de recrutamento de imigrantes estima um número aproximado de 33 mil italianos, 32 mil espanhóis e até 56 mil franceses que buscam crescimento profissional no Brasil. Esse cenário se dá, principalmente, a crise econômica mundial que amedrontou o mundo entre 2009 e 2011. Países na zona do euro chegaram a recuar a economia em até 4,1% , todos os países ricos tiveram recuo gigantesco na economia, o que resultou na demissão de milhares de trabalhadores e falências de grandes empresas. Já os países considerados emergentes tiveram leve alta na economia. Por mais que no Brasil tenha havido algumas demissões e pedido de falências de algumas empresas, o efeito não foi avassalador como na Europa e América do Norte. Esse fator fez com que o Brasil se tornasse menos dependente dos países ricos, conseguindo, na época, pagar sua divida externa e investir na economia brasileira.
Atualmente o Brasil conta com um número médio de meio milhão de europeus no país, sendo que esse número tem se tornado cada vez mais crescente, principalmente do ano passado para cá em que muitos franceses, árabes e turcos tem encontrado no país uma nova forma de investirem capital e abrirem seus próprios negócios, principalmente nos ramos de gastronomia, turismo e educação. Os principais países de origem de imigrantes são: Itália, Israel, Portugal, Alemanha, Japão, Espanha, Suíça, China, Coréia do Sul, Polônia, Ucrânia, França, Líbano, Bolívia e Paraguai.
Outros estudos, estimam que em 2010, os imigrantes que viviam na América Latina, em especial no Brasil, enviaram mais de quatro bilhões e quinhentos milhões de dólares a seus países de origem. Nesse mesmo período, os brasileiros que vivem na Europa, enviaram um bilhão e trezentos milhões de dólares para o Brasil, o que nos faz pensar que ou o brasileiro ganha menos na Europa do que o europeu ganha no Brasil, ou temos menos brasileiros em terras estrangeiras do que entrangeiros em território brasileiro.
O Brasil facilita muito a vinda de estrangeiros de qualquer nacionalidade para o país, não exigindo vistos e toda a burocracia de grandes nações. Se por um lado isso é bom, por outro gera um problema social, como é o caso dos bolivianos e haitianos que por viverem na América Latina, imigram para o país atrás de oportunidades de emprego e estudo, mas sem falar português, com pouco estudo, com pouco ou nenhum dinheiro e sem a documentação necessária para conseguir um emprego, passam a ser vitimas de micro empresários que praticam a escravidão, principalmente em ateliês de costura, além disso, esses povos acabam sendo vitimas também da crescente violência no país, isso é quando não correm o risco de se envolver com a criminalidade. As facilidades oferecidas pela legislação brasileira são carentes de políticas que visem dar apoio aos estrangeiros, pois somente aqueles que vem preparado com o típico "pé de meia" e que possuem instrução conseguem se dar bem, logo os mais carentes de uma oportunidade ficam de mãos atadas, pois os consulados não podem ou simplesmente não auxiliam muito essas pessoas.
Talvez, por conta disso os Estados Unidos procurem dificultar a entrada de estrangeiros de qualquer país, assim eles evitam o crescimento desordenado da população e evitam problemas sociais como o crescimento de bairros periféricos e favelas. Uma dessas dificuldades é a exigência do visto americano no passaporte. O país do Tio San acredita que com todos os requisitos para entrar no país, evita-se que os menos instruídos sejam explorados como ocorre em outros países como o Brasil, como faz o governo ter o controle sobre o aumento da criminalidade, sobretudo o terrorismo e tráfico de entorpecentes. Para solicitar um visto para os Estados Unidos atualmente, paga-se quase duzentos reais. A solicitação não garante o visto, pois o candidato precisa apresentar no consulado a documentação necessária e passar por uma entrevista. Existem inúmeros casos de pessoas que tiveram o visto negado, afinal, nem todo país é terra de "oba oba" igual o Brasil.
Independente das políticas governamentais utilizadas, o que os estrangeiros ou cidadão natural de qualquer país merece é respeito, pois acima de qualquer nacionalidade, são todos seres humanos que merecem o mínimo de condições para viver bem e isso tem a ver com moradia, documentação e trabalho.
Através desse resumo sobre a imigração europeia no Brasil chegamos a nítida conclusão que o Brasil não é um país branco ou preto, mas sim um país de muitas culturas, de muitos povos que fizeram das terras brasileiras seus lares, construindo uma cultura que impregnou em nosso folclore ou dia a dia e passou a fazer parte da construção de cada um dos brasileiros dessa pátria ver de e amarela. O Brasil não é um país de macacos como uma minoria com preguiça de pensar afirma, o Brasil é um país de seres humanos.
Sobre o Autor:
Syl é jornalista, pianista, apaixonada por carros e artes (em especial a primeira e a sétima) e muitas outras coisas. Nas horas vagas compartilha conhecimento no fantástico mundo da bloguesfera. Siga @SylOficial |
Nenhum comentário:
Postar um comentário