No dia 22 de abril de 1500, caravelas comandadas pelo português Pedro Alvares de Cabral chegaram ao Brasil, mais precisamente no sul da Bahia. A princípio, os portugueses acreditavam se tratar apenas de um grande monte de terra e por isso passaram a chamar o local de Monte Pascoal.
Dois dias depois, os portugueses tiveram o primeiro contato com o povo indígena. Segundo documentos históricos, esse primeiro contato foi pacífico, mas não deixou de gerar grande estranhamento de ambas as partes, afinal os índios, verdadeiros donos dessa terra, andavam nus e falavam uma língua desconhecida e os portugueses usavam roupas da época e tinham barba, bem como o idioma português também era algo estranho ao povo indígena.
Resistentes e decididos, os índios não aceitaram os presentes que Cabral ofereceu a eles quando se conheceram, tão pouco gostaram da água oferecida. Conta-se que ao tomarem a água dada pelos portugueses, os índios a cuspiram fora por estarem acostumados com a água pura e natural do país e a que lhes fora ofertado era de péssimo sabor, pois estava engarrafada nas caravelas há muitos dias.
Naquela época, Portugal e Espanha eram as nações mais poderosas do mundo, e dentre as inúmeras explorações em busca de novas terras, costumavam usar o mar como rota até a Índia, a fim de adquirir especiarias (tecidos, temperos, etc) para vender com grande lucro em seus respectivos países. Antes de rumarem para a Índia, os portugueses deram um novo nome ao Brasil: Ilha de Vera Cruz. Eles acreditavam que em virtude das paisagens encontradas poderia se tratar de uma grande ilha.
Após outras embarcações portuguesas explorarem a ilha, perceberam se tratar de uma terra maior que uma ilha e novamente mudaram seu nome, dessa vez para Terra de Santa Cruz. Onze anos depois, em 1511, o Pau Brasil foi descoberto e com isso, a terra de santa Cruz recebeu o nome que conhecemos hoje: Brasil.
No Brasil, usa-se o termo "Descobrimento do Brasil" para definir tal fato histórico, mas não é muito difícil se concluir que o território brasileiro não podia ser descoberto, pois já havia mais de cinco milhões de índios vivendo por aqui. Embora não haja nenhum relato oficial que comprove tal tese, estudiosos acreditam que existia um número muito maior de indígenas espalhados por todo território e dividido em diferentes tribos com dialetos próprios, bem como ainda existem, mas em um número surpreendentemente inferior.
Talvez o ideal seja dizer apenas que em 1500, os portugueses "chegaram ao Brasil", para assim explorá-lo e dar o nome do qual conhecemos hoje, mas o ato de descobrir é tomar conhecimento de algo que ninguém sabia, algo realmente desconhecido. Porém, se por um lado nossas terras eram desconhecidas para os europeus, por outro era muito bem conhecida e habitada por milhões de vidas, logo usar o termo "descobrimento" faz com que a importância indígena para a construção de nossa história não tenha tanta importância. Creio que o correto seria dizer que se o Brasil foi descoberto em 1500, então este foi descoberto pelo portugueses para os Europeus.
Talvez essa seja uma das razões pelas quais mais da metade da população brasileira não saiba quando se comemora o "descobrimento". Tal fato não é feriado e a maioria das escolas nem fazem nenhuma atividade a respeito, deixando tais exercícios de datas especiais voltadas a data que antecede 22 de abril, onde é feriado nacional em homenagem ao líder da Inconfidência Mineira, Tiradentes.
Descobrimento ou chegada a parte, certo mesmo seria que todos soubessem dessas importantes datas de nossa cultura e evolução e não ficássemos focados apenas em datas que serão feriados. E a culpa dessa facultativa falta de conhecimento não é do ensino público que todos dizem ser de ma qualidade, a culpa é das pessoas, que não abrem os livros na escola, não prestam atenção nas aulas e esquecem que internet pode ser um valioso instrumento do saber e não apenas uma porta de entrada para o Facebook e votação do Big Brother. Lembre-se: Não é a escola que faz o aluno, é o aluno que faz a escola, pois de nada adianta a melhor escola para quem esta com preguiça de aprender. Pense nisso e até a próxima!
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