Em 2013 o
mundo conheceu o analista de sistemas Eduard
Snowden. Ele desafiou a maior potência mundial que existe, batendo de frente com o poder do governo americano e divulgando como funciona a
coleta de dados de toda a população mundial feita pelo NSA (Sistema Nacional de
Segurança dos Estados Unidos das Américas).
Snowden é visto como um herói
por uns, vilão para outros e apenas uma celebridade instantânea para um pequeno
grupo de revoltados sem causa, mas será que alguém já parou para pensar na
importância dos dados divulgados por esse americano? Dentre as divulgações de
espionagens, Snowden também mostrou
documentos que confirmam que o governo norte americano estava vigiando os
passos da população e de governantes de outros países, dentre eles, o Brasil.
Mas por que o
Brasil? Um país com fama de “ficar em cima do muro” quando está diante de
situações delicadas a nível mundial ou nacional. Por que vigiar Dilma Rousseff? Uma presidente odiada
por muitos, aceita por poucos e cultuada por um vasto grupo de pessoas
beneficiadas por programas que administram a pobreza no país. Qual o interesse de Barack Obama e NSA em saber com quem
ela fala e sobre o que fala? Qual o interesse que motiva o NSA à interceptar
e-mails e ligações da presidente e de seus ministros? Por que o interesse em
espionar uma nação aliada ao seu governo, que inclusive recebeu total apoio do
ex presidente Luís Inácio em 2009
para firmar uma nova ordem mundial, juntamente com um grupo de países
influentes previamente selecionados? Essas e outras perguntas buscaremos
responder ou pelo menos nos aproximar das respostas nas próximas linhas. Peço
que antes de continuar a leitura, coloque seu preconceito e visão fechada de
lado, pois não se trata de investigar um partido, mas uma nação, do qual você
faz parte e pode estar sendo vigiada nesse momento.
Quando tudo começou
Talvez o
governo americano se sinta uma potência absoluta antes mesmo de se livrar do
domínio inglês. Mas só depois que se estabeleceu como potência econômica no
mundo é que seu “trabalho investigativo” tornou-se mais intenso. Há muitos anos
os Estados Unidos espionam países vizinhos, mas foi depois dos atentados de 11
de setembro de 2001 que se tornaram cada vez mais frequentes, abusivos e
perigosos.
O governo
americano já buscava uma forma de obter informações da população americana de
maneira incondicional há muito tempo. Com a chegada da internet na década de 90,
o desejo se ampliou, permitindo a cobiça sobre economias que começavam a
despontar no mundo, sobretudo, as potências de petróleo, onde a maior parte se
encontra no Oriente Médio. Vale ressaltar que apesar do visível conflito entre os
últimos governos americanos e diversos países do Oriente, estes possuem
alianças em variadas áreas, inclusive com o Iraque, país que o governo
americano devastou, ceifando diversas vidas com a desculpa de proteger a
população do governo de Sadan Hussein,
que foi capturado e enforcado pela segurança americana. O principal foco do domínio
de tropas americanas em território iraquiano: o petróleo. A desculpa: libertar
o povo que vivia oprimido por um governo que representava perigo à todo o mundo.
Após os
atentados, com o medo que o mundo (sobretudo os americanos) sentia de que
aquele fosse o início de uma terceira guerra mundial, o governo americano se
apressou em aprovar uma lei marcial, sem que ninguém se desse conta de sua
proporção. A lei determina que o governo norte americano possa investigar,
espionar e prender qualquer pessoa que represente perigo aos Estados Unidos,
ainda que se trate de nativo de outro país de qualquer parte do mundo ou até enviar agentes federais e exército para buscar possíveis terroristas em qualquer parte do planeta. O governo, na época liderada
por George W. Bush (filho),
justificou que aquilo era uma forma de manter o povo americano seguro e que seu
único objetivo era prevenir novos atos terroristas. Nem todos acreditaram, mas
todos se calaram.
Na época,
indianos e diversas pessoas de países do Oriente Médio foram detidas, expulsas
de suas casas e hostilizadas pela população, pois o comportamento do governo
induzia a população americanas a acreditar que as pessoas de culturas “diferentes” eram
terroristas.
Com a lei
marcial, o governo se esqueceu que cada país possui um ordenamento jurídico distinto
e que invadir sistemas, correspondências e prender nativos de outras nações,
desencadearia sérios problemas políticos. Mas o governo se manteve firme e
irredutível, convencendo as pessoas de que aquilo era para seu próprio bem. Na
mesma época tropas americanas foram levadas para o Afeganistão com a desculpa
de capturar Bin Laden, tido como o
mentor dos atentados terroristas ao World
Trade Center. Por anos centenas de inocentes morreram em uma guerra de poder
bem maior do que a mídia sensacionalista ou as pessoas podiam imaginar. “Olha, eu vou bombardear a sua cidade e
talvez seus filhos, pais, amigos e até você morra, mas é por um bem maior. A
culpa é do islamismo, não nossa. Somos os mocinhos querendo salvar o mundo do
mal e não sabemos que vocês possuem enormes reservas de petróleo”.
A imprensa
americana já vinha divulgando há alguns anos a criação do sistema PRISM ou
PRISMA, que consiste em um enorme banco de dados controlado pelo NSA que coleta
informações trocadas na internet. Essas informações são cedidas pelos gigantes
da web, como Google, Facebook e Yahoo. Esses dados não são exclusivos de
internautas dos Estados Unidos, mas de todos usuários que utilizam esses
serviços em qualquer parte do mundo. “Mas
fique tranquilo (o NSA dizia), isso é
para a sua segurança e sua privacidade é respeitada.” Será?
Eduard Snowden denunciou o esquema de espionagem do NSA |
Tudo parecia
ruim, mas ao mesmo tempo surreal demais para darmos a devida atenção, afinal,
os jornalistas, especialistas em segurança para internet e palestrantes
formavam apenas um seleto grupo de criadores da “Teoria da Conspiração”. Era
algo tão distante que nem valia a pena se aprofundar no assunto. Os “conspiradores”
continuaram alertando com o passar do tempo. Até que em 2013, Eduard Snowden divulga para o jornal inglês
– The Guardian – o que o governo
americano fazia com a vida das pessoas sem que elas soubessem. A imprensa foi
pega de surpresa e enquanto alguns se interessaram pelo assunto, outros
entraram em pânico, situação que piorou após alguns seguimentos sensacionalistas
ligados ao governo induzirem as pessoas a acreditarem que Snowden era um criminoso que quebrou a ética de trabalho ao
divulgar informações confidenciais.
Tudo parecia ser
apenas a mais nova sensação do momento em jornais escritos e falados, até que
dentre as revelações documentadas que Snowden
entregou ao jornalista americano erradicado no Brasil, Glenn Greenwald, havia uma afirmação comprovada: O governo
americano tem interceptado ligações, e-mails e dados de computadores da
presidente do Brasil e de seus ministros.
O Brasil em foco
Algumas
pessoas pensaram: “Bem feito! Quem liga
para a Dilma e seus aliados? O governo americano apenas descobrirá que o PT é
um governo corrupto.” Talvez você esteja pensando assim agora.
Vamos tentar pensar juntos. Pode parecer difícil para algumas pessoas pensarem,
mas com um pouco de esforço, todos conseguem. Não é novidade para ninguém que
acompanha meu trabalho que não simpatizo com o sistema de administração (ao
invés de investir em superação) da pobreza criada pelo atual governo petista, mas
nesse caso não se trata do governo americano querer saber o óbvio e puni-los por serem "malvadinhos". Eles não
ligam se existe corrupção no Brasil, pois quem paga a conta são os brasileiros.
O NSA não está nem ai se há cada dia tem mais pessoas insatisfeitas com o
governo e que a política separatista do ex líder do partido tem dado certo em
todo o país. Eles tem outros interesses. Se não fosse Dilma, seria Serra, Lula, Aécio, Marina, Eymael ou qualquer outro candidato que
fosse o presidente eleito do país. As diferenças partidárias podem fazer
sentido em território nacional, mas não “lá fora”. No exterior eles vêm aquilo
que os brasileiros estão “ocupados” demais para reparar.
A Petrobras foi espionada por longo tempo pelos EUA |
O Brasil
possui uma empresa bilionária chamada Petrobras. Desde seu surgimento, os
olhos das economias mundiais se voltaram para a antiga terra do futebol e viram
que aqui era muito mais que um território tupiniquim, mas uma economia prestes
a ser referência no mundo. Em 2010 foi encontrado o maior reduto petrolífero do
país, batizado de PRÉ SAL. O brasileiro começou a ter mais consciência de seu
valor e muita coisa começou a mudar: maior número de pessoas formadas em nível
superior, maior número de pessoas ganhando mais de quatro salários mínimos,
maior número de pessoas que falam mais de um idioma e saem com frequência do
país, maior número de protestantes e queda do catolicismo (a mudança da
religião influencia na condição econômica do país, os estados mais ricos, são
de maioria protestantes, os mais pobres, sobretudo o nordeste, são de maioria
católica), mais empresas investindo na bolsa de valores, a Bovespa se
destacando no exterior, empresas internacionais investindo no país e tantos
outros motivos que levaram o Brasil a entrar para o G20 (atualmente G19 com a
exclusão da Rússia), grupo com as 20 maiores economias do mundo.
Se o país
cresce, atraí olhares e se esses olhares provêm de aspirantes à detenção do
poder mundial, isto pode se tornar perigoso e não promissor. O jornalista Glenn Greenwald, que atualmente mora no
Rio de Janeiro, deixou claro que os Estados Unidos não tem medo do Brasil, pois
não enxergam seriedade no país ao lidar com tais problemas. A verdade é que por
questões econômicas e políticas o Brasil sempre ficou “encima do muro”, foi
assim na maior parte da 1ª e 2ª guerra mundial e tem sido assim em variados
aspectos. É como se o governo brasileiro, seja ele qual for, objetivasse maior
ascensão à qualquer custo e os cidadãos aceitam pacificamente qualquer parceria
ou posição política internacional.
Glenn Greenwald |
Quando o
jornalista Glenn Greenwald foi
questionado sobre o motivo dos Estados Unidos espionarem um país aliado,
conferiu a seguinte resposta:
“Quanto mais espionagem os Estados Unidos puderem fazer, mais poder terão. A lógica é essa. O Brasil é um país que está crescendo, tornando-se uma potência econômica influente. Então interessa ao governo norte-americano saber sobre petróleo, ações políticas, tudo o que está acontecendo por aqui, assim como quer monitorar Japão e Alemanha. Ele quer sempre saber mais sobre países importantes para a economia global. Outro fator decisivo é a localização geográfica do Brasil, com uma vasta costa litorânea, uma questão importante para fazer a internet funcionar, conectar mais pessoas, de várias partes do mundo. “
A política brasileira
nunca foi do tipo que agradou à gregos e troianos, mas ano passado, mesmo ano
em que as revelações sobre a espionagem foram divulgadas, começaram uma série
de manifestações pelas ruas do país. A maior parte das “aglomerações” foram
desorganizadas e sem foco, resultando em vandalismo e reforço da imagem negativa que o país carrega por seu povo mantido "pão e circo", mas o grupo mais pacifico gritava pelo fim da
corrupção, mesmo sabendo que suas atitudes não serviriam de nada, queriam
chamar a atenção para um problema que muitos fingem não existir, inclusive, o
governo atual. Um ano se passou e a insatisfação permaneceu. As empresas
privadas, nacionais e internacionais, sentiam-se apartadas das políticas econômicas,
uma vez que nos últimos anos nada havia sido feito para aumentar ou colaborar
com o desenvolvimento da economia brasileira, sobretudo com o que diz respeito
à economia privada.
O país passou
a divulgar, em seu site oficial, os dados da “nova classe média”: Quem ganha R$350 mensais, é considerado classe média, quem ganha pouco mais de R$1 mil
reais mensais, e classe média alta. Só é contabilizado como desempregado quem
está atualmente procurando emprego, isentando os 55 milhões de brasileiros que
recebem o Bolsa Família, uma vez que se arranjar emprego, perdem o benefício.
Dessa forma, o número percentual de desemprego divulgado é baixo, mas na
prática a realidade é outra.
Pouco tempo
depois a Polícia Federal deflagrou a operação Lava a Jato, que até o momento
denunciou 52 pessoas pelo maior crime de corrupção ocorrido na Petrobrás e que
se comprovado a ciência da atual presidente com os atos, esta poderia sofrer o Impeachment
(embora seja pouco provável que ocorra enquanto o PT for o “dono do país”). Com
a denúncia e a insatisfação de empresários, a bolsa de valores oscila
constantemente, mais para baixo do que para cima e a moeda americana tem subido
dia a pós dia. Um dia após a reeleição de Dilma,
cada um dólar equivalia a R$2,16, hoje, menos de dois meses depois, o valor é
de R$2,70. Isso influencia nos preços do supermercado e do consumo em geral,
acelerando a taxa de juros do banco central e consequentemente elevando a
inflação.
Assim como em
outras situações, os Estados Unidos já tem se focado no problema econômico do
país, antes mesmo que o governo federal tome qualquer atitude, deixando tudo
para o “próximo governo”. Mesmo não sendo de sua alçada, o governo americano
tem feito investigações contra a Petrobrás. Qual seria o seu objetivo? Aliás, desde 24 de dezembro a Petrobras responde processo americano por perdas. Qual o interesse em processar uma empresa por perdas, sendo que isso não havia sido feito antes com empresas nacionais que acarretaram prejuízos reais à terra do tio Sam?
Mas talvez
você pensa: “Tomara que descubram as
falcatruas do PT e que todos sejam presos”, e mais uma vez saliento que o
problema não é um partido, é algo muito maior do que se pode imaginar. Enquanto
for a presidente e seus ministros podemos ficar tranquilos, pois nada vai nos
acontecer, afinal, quem ia querer nos espionar, certo? Errado.
Dentre as
divulgações feitas por Eduard Snowden,
estão documentações mostrando que o NSA interceptava mensagens de texto, conversas em
redes sociais, ligações e transações feitas pela internet por qualquer pessoa.
O que há alguns anos era feito apenas com possíveis criminosos, é feito com
você, comigo e com milhões de pessoas no Brasil. Quando você aceitou os termos
de uso do Messenger do Facebook no seu celular, por exemplo, concordou que
eles podiam ter acesso as suas últimas ligações, ao histórico dos números com
quem você mais fala no celular (fora do Messenger), você permitiu acesso à sua
galeria de fotos do celular, bem como agenda e demais apps, todos
compartilhados com o aplicativo, que inclusive pode fazer mudanças nesses dados
se for necessário. Você concordou, ainda que com um simples “next” ou “yes” sem ler. Alguns dias
depois e após a polêmica instaurada em todo o mundo, o Facebook divulgou que os usuários não precisavam se preocupar, pois
essa coleta era para facilitar o uso do aplicativo e os dados dos usuários não
seria divulgado à terceiros. Documentos foram divulgados comprovando que o Facebook divulga os dados do seus servidores para o NSA utilizar no PRISMA, colaborando com a criação de um sistema único de
abastecimento de dados de milhões de pessoas espalhadas pelo mundo.
As coletas
são feitas o tempo todo de diferentes formas. O jogo Angry Birds, um dos mais famosos do mundo e que vem instalado na
maioria dos Smartphones podem coletar os dados do celular e da localização do
usuário enquanto está em uso. Esses dados também foram divulgados publicamente e
podem ser consultados em variados sites de grupos de notícias confiáveis de
diferentes partes do mundo.
Dilma pediu explicações ao governo americano |
Após o
ocorrido, a presidente fez um discurso em uma reunião da Organização das
Nações Unidas, cobrando uma resposta e posição dos Estados Unidos diante dessa
violação. Durante o discurso, Dilma
concluiu: “Nós
temos o direito de sermos deixados em paz, de nos comunicarmos, de nos
associarmos livremente sem monitoramento, sem vigilância. E esses direitos não
são cívicos nem nacionais, são direitos humanos.” Poucos dias depois, Angela
Merkel, também cobrou uma postura americana sobre a espionagem que seu
governo alemão havia sofrido. Vale salientar que Glenn Greenwald, responsável
pela divulgação dos documentos de Snowden e detentor dos mesmos, afirmou que o Brasil é um dos principais focos dos ataques americanos.
Há alguns
dias, usuários do iPhone reclamaram
publicamente da Apple, devido a mesma
ter apagado as músicas de seus celulares sem autorização, comprovando que a empresa
tem acesso aos dados dos clientes e pode monitorá-los remotamente se quiserem.
A pergunta é: Por que alguém tem
interesse em saber o que você faz? Seria algo tão chato como dedicar a vida
à um Big Brother sem fim. Mas é assim que o Grande Irmão tem trabalhado. Os
dados são coletados, nós já sabemos disso e todos os dias tem divulgações de
informações confidenciais vazadas pelo mundo, mas se não há como fugir dessa
coleta, nos resta perguntar? Como essas
informações serão utilizadas? Por que não se limitar em coletar dados de
americanos e atravessar o oceano para fazer isso com o Brasil? Snowden só pode dizer que é busca pelo
poder, camuflado de objetivos de segurança, mas por que poder sobre o Brasil?
Eduard Snowden distribuiu
os documentos que possuía entre pessoas que confiava, sendo o principal Glenn Greenwald. Tanto Glenn, quanto Snowden revelaram em entrevista concedida em junho de 2014 que
haviam diversas revelações relacionadas ao Brasil para serem feitas. A
interceptação envolvendo a presidente e seus ministros não é o mais grave e com
o passar dos anos as pessoas descobrirão coisas que jamais poderiam imaginar. Snowden não pode falar muita coisa sobre
a situação, pois faz parte do acordo para se manter na Rússia, mas quem está
com as informações valiosas é Glenn.
Dados são coletados pelo Angry Birds |
Atualmente a empresa
brasileira Petrobras corre o risco
de falir nos próximos dois anos, pois as perdas com o desvio de bilhões
(confirmados na Operação Lava a jato), mais a queda nos investimentos da empresa,
acarretaram prejuízos que podem não ser corrigidos sem uma política econômica eficaz
no próximo ano. Caso isso ocorra, o Brasil sofrerá as consequências de duas
possíveis formas: Comprar combustível de
outros países, o que aumentaria o seu valor significativamente (vale
salientar que um botijão de gás – só o combustível sem o galão – custa entre
R$48 e R$50 e que o litro da gasolina comum nos postos superam a marca de R$3);
ou poderia ser comprada por investidores
estrangeiros, como os Estados Unidos,
que surgiriam para “salvar” o país de um colapso econômico, assim como já vem fazendo ao longo dos anos em diversas nações.
Pela
internet, mais de 1 milhão e 200 mil pessoas assinaram uma petição para que o
Brasil cedesse asilo a Eduard Snowden.
A diplomacia brasileira informou que nunca recebeu o pedido. Snowden disse que enviou um pedido e que acredita não ter sido contemplado devido uma das formalidades: é preciso estar em seu país de origem
para pedir asilo e Snowden havia
fugido para a China depois que os Estados Unidos cancelaram o seu passaporte enquanto
tentava embarcar para o Equador. Ele também disse que adoraria morar no Brasil
e se lhe fosse ofertado asilo, aceitaria.
Os Estados
Unidos consideram Snowden um desertor,
mesmo que a definição legal determine que desertor é quem trai o próprio país,
quando o que houve foi a maior demonstração de patriotismo que um americano já
teve na história. Seu julgamento seria injusto e ele provavelmente seria condenado de
acordo com o direito penal do inimigo, que consiste em não permitir que o réu
se defenda, além de outras limitações. A prisão poderia variar de 50 a 60 anos.
Recentemente a Rússia renovou o asilo de Snowden
por mais três anos. Lá, certamente ele está mais seguro, afinal, se os Estados
Unidos invadir a Rússia para capturá-lo (diga-se de passagem, Rússia é o maior
país do mundo e com tecnologia inteligente avançada), teria seus “infiltrados”
presos sem direito algum, afinal, não há vinculo político entre os dois países,
inclusive, foi Obama que sugeriu que
a Rússia fosse retirada do G20. Agora se americanos invadissem o Brasil para capturá-lo,
teríamos apenas uma crise diplomática, isso é se não conseguissem sair pela
fronteira e a mídia só descobrisse depois do ocorrido. Então, antes de alguém
cobrar uma posição do governo brasileiro, deve se atentar que o país ainda não
tem essa estrutura de segurança que pensamos que tem. Pode ser ótimo para
eventos, que são temporários, mas não permanentemente. Se estivesse aqui, Snowden teria de viver escondido e na
Rússia pode levar uma vida o mais normal possível, saindo quando quer. Aqui,
quando não fosse um assalto ou um agente da Interpol infiltrado, seria meia
dúzia de alienados pedindo para tirar uma Selfie.
Enquanto as
pessoas não se preocuparem com as respostas do que está havendo ao seu redor,
então o inimigo que devemos temer não será o NSA ou o governo americano, mas a
nós mesmos através de nossa inércia. E então, o que será que estão fazendo com
os seus dados nesse momento? Já parou para pensar onde fica o servidor que
armazena suas mensagens do Whasapp
ou do Facebook? Ah, caso não saiba, não
é no Brasil. Estaria preparado para arcar com as consequências de uma Petrobras
falida? E finalmente: Se o gigante acordou, por que parece que continua
dormindo?!
_____________________________________________________________________________ Sobre o Autora da Matéria
Syl é jornalista, pianista, apaixonada por carros e artes (em especial a primeira e a sétima) e muitas outras coisas. Nas horas vagas compartilha conhecimento no fantástico mundo da bloguesfera.
Siga @SylOficial |
Antes de mais nada, excelente texto.
ResponderExcluirEu considero os Estados Unidos um país imperialista, perigoso, antidemocrático e ganancioso, e o que o Snowden fez, foi um ato de heroísmo. Não é fácil enfrentar o Império e sobreviver. Por sorte existem outros países dispostos a fazer o mesmo, como a Rússia.
Também lamento que os brasileiros não se deem conta da gravidade que representa a espionagem, pensando que ela só atinge o governo Dilma, como bem diz o texto. Isso é um problema que afeta a todos nós.
Basta inventarem uma desculpa, como esse caso de corrupção da Petrobrás, para que se crie um clima desestabilizador do governo, o que favorece as empresas privadas estrangeiras do setor.
É uma pena que as pessoas confundam vilões e mocinhos nessa história, sendo levados a darem um tiro no próprio pé.
Grande abraço e parabéns pela análise,
Almir Ferreira
Panorâmica Social