No próximo dia 13 de
agosto, o STF decidirá se descriminaliza ou não o uso de drogas no Brasil, mas
há muito mais problema do que soluções em uma decisão positiva.
Segundo a lei 11.343 de
2006, o uso de drogas é criminalizado, mas não confere prisão a nenhum usuário,
apenas advertência (oi?), prestação de serviços comunitários e participação em
cursos e palestras, multa, ou seja, não acontece nada com o “cidadão” que fica “fungando”
uma pedra na praça do bairro em frente à escola em pleno dia de sol.
Punições
para usuários de drogas de acordo com a lei de drogas em vigor:
Advertência
Imagine o juiz apontando
o dedo para o rosto do viciado e dizendo: “Olha,
isso é errado. Você não deve usar drogas. Além de fazer mal para sua saúde,
você coloca a vida de terceiros em risco quando está sob efeitos das mesmas.”
Então o usuário fica em silêncio, diz que entendeu ao término da advertência e
sai da delegacia ou fórum pronto para acender seu cigarro de maconha. Em outras
palavras: Quem criou a advertência em questão só podia estar sob efeito de
alguma substância obtusa...
Prestação de serviços comunitários
Penas alternativas não
podem ser convertidas em prisão, logo, se o “condenado” é “convidado” a
realizar a prestação de serviços comunitários, mas não o faz, nada acontece.
Participação em cursos e palestras
Mesma coisa do item
anterior. O drogado não quer assistir uma palestra falando sobre os perigos do
uso de drogas. É como a pessoa que bebe muito ou fuma cigarro comum. Essa
pessoa sabe dos riscos, mas não está nem aí. O usuário de drogas ilícitas pensa
da mesma forma e quem deseja sair do mundo das drogas não quer ver uma
palestra, mas há quem frequente, geralmente após ameaças de familiares, mas
existe. Se não participar, não acontece nada.
Não cumprimento das “penas”
Nesse caso a pessoa sofrerá uma advertência mais grave.
Talvez seja preciso que o juiz bata na mesa para assustar o usuário e assim
tornar a advertência mais rígida, já que a lei não deixa claro o que seria essa
conduta. Em último caso, é determinado o pagamento de multa. O não pagamento de
multa penal no Brasil não se reverte em prisão, mas passa a existir uma dívida
ativa como Estado, que poderá executá-la pelo fisco, que por sua vez não
perderá tempo cobrando um valor baixo e o valor imposto ao usuário não dá nem
para abastecer a droga da semana, dependendo do usuário, não cobre nem a dose
diária. Em outras palavras: não há punição na prática.
Quem mais apoia e espera a mudança na lei de drogas?
Os drogados. Afinal, é
mais fácil reclamar que estavam com quantidade excessiva de drogas e foram
presos como traficantes do que abandonar o vício, parando de fugir dos problemas
e de si mesmo por alguns minutos de brisa. Muitos desses apoiadores, tem
estrutura suficiente para largar as drogas e não o fazem porque não querem. Não
estamos falando dos drogados miseráveis do “cercadinho de zumbis” criado pela
prefeitura no centro de São Paulo, mas de alguns universitários de faculdades públicas
e privadas, como USP e PUC, bem como alguns professores e demais pessoas que andam
por aí com roupas de marca e um baita olhão vermelho e nariz irritado.
Se por um lado talvez
você pense: “Mas se antes a
criminalização era ridícula e ineficaz, tirando-a agora não fará qualquer
diferença.” Isso realmente é o que parece, entretanto, se o consumo de
drogas é descriminalizado, significa que a venda deve ser permitida, afinal, é
a mesma coisa que dizer: “A partir de
agora é permitido a caça a cangurus nas florestas brasileiras, mas... não existem
cangurus nas florestas brasileiras.”
Permitir a descriminalização
abre dois leques de opções, sendo os dois maléficos para a sociedade como um todo,
inclusive para o maconheiro. Ou a venda de drogas é liberada ou o governo
assume o papel de vender drogas para a população.
Na primeira opção, uma
parcela da sociedade achará que isso acabará com os traficantes, mas a verdade
é que os usuários terão suas plantações de maconha, aprenderão a cultivar e
extrair o ópio da melhor forma possível, afinal, é para uso próprio, mas ele
pode entrar em uma escola, com o rótulo
de “nóia” e vender aquela droga. Afinal: Para que você quer uma bomboniere se
não pode vender todos aqueles doces. Por mais que sejam gostosos, você sabe que
pode vender pelo dobro que pagou e ganhar um bom dinheiro com o melhor público
alvo: estudantes. Sem uma lei especifica, todo traficante vai se passar por
usuário e sair feliz e saltitante com o bolso cheio de dinheiro das drogas,
dando risada da injustiça brasileira, da polícia, da sociedade.
Na segunda opção, o
governo assumiria o comando da “boca” brazuca de forma rotuladamente “controlada”
e com quantidades “limitadas” para os drogados. Os traficantes, imaginemos,
sofreriam maior represália, pois o governo não ia querer perder dinheiro para
dono de morro. Logo, os traficantes teriam de “viver” de outra coisa, como
assaltar, sequestrar, estuprar, matar, tornar a sociedade uma desgraça maior do
que tem sido nos últimos anos, onde as pessoas de bem precisam ficar trancadas
dentro de casa, com várias grades e cadeados, com diversos alarmes, câmeras e
rastreadores em veículos, casas, empresas e até em filhos, para dar espaço a
bandidagem tomando conta do mundo, como se fosse um apocalipse criminoso, onde
vence quem for mais “sangue no olho”.
O fato é que, a tendência
é que a descriminalização seja aprovada, pois o Brasil não quer andar na contramão da América Latina, que
considera que todos merecem ter o uso recreativo das drogas. “Que beber que nada, vamos fumar uma erva e
cheirar uma pedra. Isso é recreativo!”. Embora existam parlamentares que
são contra a legalização, quem decidirá serão os senhores de quase tudo no
Brasil, o absoluto: o STF.
Tanto a ridícula lei
atual, quanto a descriminalização, ferem o trabalho da polícia, que leva o usuário
que estava usando drogas em frente da escola para a delegacia e sabe que nada
acontecerá e que o cara vai até vender uns cigarros de maconha no mesmo lugar
quando sair do DP, pois ele é usuário e nada vai acontecer. Pode-se dizer que
até o criminoso menor de idade, que é tratado como anjo no Brasil, possui uma
represália mais rígida do que o drogado.
Pelo sim ou pelo não, só
tenho uma coisa a dizer: Cuidem-se. Pois por mais que você seja um nóia e ache que isso é exagero, tenha
certeza que as coisas vão piorar com um parecer positivo e que a sua vibe uma hora não será tão bacana e não estou
falando de efeitos colaterais, estou falando da vida real, aquela que você foge
com frequência para se entregar a brisa da felicidade.
A tendência é que em
poucas horas estejamos oficialmente à mercê, a serviço e aprisionados pelas
drogas, mesmo não sendo usuário. Brasil: país rico é país onde quem faz as
decisões não é o povo, é o STF ou parlamentares aliados ao governo.
Boa noite, Syl . Eu não concordo. Todos sabem que as drogas destroem não só o usuário como também as famílias. Por conta de ser usuário, o individuo perde por completo os elos com parentes, amigos e é capaz de coisas terríveis. Quantos casos já assistimos na mídia de filhos que, roubam, batem em seu pais.... Me lembro de um caso em que a mãe por não suportar mais os maus tratos do filho viciado e, para se defender, tomou a arma com que ele a ameaçava e matou o próprio filho. Triste, só quem tem um viciado em casa, sabe o que passa.
ResponderExcluirExcelente post.
Abraços
Lúcia